Integrantes do Grupo de Trabalho criado para buscar soluções para a falta de água nas aldeias indígenas de Dourados apresentaram na manhã desta terça-feira (4) propostas de ações imediatas e também a longo prazo. A apresentação ocorre após levantamento realizado pela equipe multidisciplinar que forma o GT desde fevereiro - mais de 200 pessoas já foram beneficiadas com os serviços executados desde então.
A reunião foi realizada na sede da Sanesul, em Dourados, e contou com a presença online de representantes da Sesai (Secretaria Especial de Saúde Indígena), ligados diretamente ao Ministério dos Povos Indígenas, além do MPF (Ministério Público Federal) e Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas).
O vice-governador Barbosinha, que encabeça o GT, enfatizou que o Governo de Mato Grosso do Sul tem se empenhado bastante na busca de soluções possíveis para esse problema de falta de água na RID (Reserva Indígena de Dourados), adotando medidas emergenciais para garantir abastecimento nas aldeias em que ocorre o problema.
"Agora estamos na etapa de elaborar os projetos técnicos executivos para serem apresentados em Brasília. No máximo em 90 dias eles estarão prontos para podermos levar ao Governo Federal e buscarmos juntos, soluções definitivas e os investimentos necessários para acabar com esse problema nas aldeias de Dourados", afirma.
Já de acordo com a secretária-adjunta da Setescc (Secretaria de Turismo, Esporte, Cultura e Cidadania), Viviane Luiza, o GT tem apresentado resultados muito positivos.
"Estamos cumprindo as metas estabelecidas pelo governador Eduardo Riedel para reduzir os níveis de instabilidade social, principalmente entre os povos indígenas".
Também na ocasião, o presidente da Sanesul, Renato Marcílio da Silva, ressaltou que após o estudo técnico foram construídas três alternativas, sendo para isso elaborado um diagnóstico para normalizar o abastecimento nas aldeias Bororó e Jaguapiru.
Entre os vários serviços a serem feitos, Marcílio elenca "a substituição e adequação de bombas e cabos elétricos, assim como a instalação de macromedidor para controle, entre outras. Trabalhamos dentro da nossa possibilidade de atuação nas comunidades, com alternativas técnicas e financeiras dentro dos limites da legalidade", diz.
A RID (Reserva Indígena de Dourados), segundo dados do DSEI (Distrito Sanitário Especial Indígena), possui uma população de aproximadamente 24 mil pessoas, o que a torna maior em número de habitantes que 42 municípios sul-mato-grossenses.
Para o subsecretário estadual de Políticas Públicas para a População Indígena, Fernando Souza, a criação do Grupo de Trabalho está possibilitando a apresentação de soluções viáveis para mais de 20 mil cidadãos.
"São mais de 23 anos tentando solucionar o problema da água e agora avançamos com os esforços do Governo de Mato Grosso do Sul, Governo Federal e técnicos da Sanesul. Que esse projeto piloto que está nascendo aqui possa ser levado para as outras comunidades indígenas e propiciar uma vida digna para todos", finaliza.
Já Leandro Nepomuceno, coordenador-geral de Infraestrutura e Saneamento da Sesai (Secretaria de Saúde Indígena), destaca que a parceria com o Governo sul-mato-grossense permitirá avanços. "Estamos buscando soluções não paliativas, e sim que de fato resolverão o problema. Agora iremos analisar o diagnóstico e as soluções apresentadas para ver a viabilidade e execução dessas ações propostas".
Para o vice-cacique da aldeia Bororó, Alex Rodrigues, a preocupação do Governo do Estado em socorrer os indígenas com relação à falta de água, um problema recorrente nos últimos anos, é significativa para os indígenas. "Só temos a agradecer ao Governo, Sanesul, à Sesai, porque muitas famílias aqui já nem sabiam mais o que fazer com a falta d’água. Esse serviço vai trazer alívio para muita gente".
Também estiveram no encontro do GT lideranças das aldeiras Jaguapiru e Bororó, o procurador do Ministério Público Federal, Marco Antônio Delfino, representantes do DSEI, Polícia Militar e prefeitura de Dourados. A próxima reunião do grupo ocorrerá em Brasília (DF), com os técnicos do DSEI.