O contrato do milho para julho de 2025 na Bolsa de Chicago encerrou a semana passada a US$ 4,03 por bushel, queda expressiva de 6,50% em cinco dias.
Já na B3, o sentido foi inverso: o mesmo vencimento teve alta de 1,73%, fechando a R$ 63 por saca. Contudo, no mercado físico brasileiro, as baixas foram generalizadas.
Análise da plataforma Grão Direto mostra o que pode mexer com o mercado do cereal nesta semana e que a tendência é que os preços parem de cair, estabilizando. Acompanhe:
O que esperar do mercado do milho?
Exportações brasileiras: as exportações brasileiras de milho começaram julho em ritmo lento, com embarques de apenas 120 mil toneladas, uma queda de 80,5% em relação ao mesmo período de 2024. O atraso no início da colheita da segunda safra e a menor disponibilidade de grãos colhidos explicam parte dessa retração e, caso continue nesse ritmo, o mês de julho não deve passar de 1 milhão de toneladas exportadas.
China abastecida: a China, que foi um significativo importador do milho brasileiro em anos anteriores, está menos presente no mercado em 2025 devido a uma grande safra local e à busca por autossuficiência, o que obriga o Brasil a buscar novos mercados, como Irã, Egito e Vietnã, que não têm o mesmo potencial de compra. Apesar disso, a expectativa é de aceleração dos embarques ao longo dos próximos meses.
A história se repete: o cenário de comercialização do milho brasileiro em 2025 está sendo marcado por uma safra recorde, o que amplia a oferta interna e reforça o Brasil como um dos principais exportadores globais. Contudo, esse volume elevado traz desafios: a oferta abundante pressiona os preços internos, especialmente diante de gargalos logísticos e do déficit de armazenamento, que obriga muitos produtores a vender rapidamente após a colheita, muitas vezes aceitando valores menores para evitar perdas com grãos estocados ao ar livre.
Por outro lado, a demanda internacional segue aquecida devido a estoques globais mais apertados e ao aumento do consumo, favorecendo as exportações brasileiras no segundo semestre. “Assim, a comercialização em 2025 vem, mais uma vez, exigindo atenção ao ritmo dos embarques, à movimentação dos preços e à infraestrutura logística, para que os produtores possam aproveitar melhores oportunidades e reduzir riscos em um ano de oferta abundante”, orienta a nota da plataforma.
Segundo a Grão Direto, com o avanço da colheita da safrinha e o consequente aumento dos custos logísticos, aliado a uma perspectiva bastante favorável para a produção de milho nos Estados Unidos, o mercado apresenta poucos elementos que sustentem uma reversão consistente na tendência das cotações.
“No entanto, considerando o movimento de queda registrado nas últimas semanas, também não se desenha um cenário claro para a continuidade desse recuo”, diz a empresa.
Assim, o ambiente atual sugere estabilidade, com o mercado atento a novos fatores que possam alterar o equilíbrio entre oferta e demanda nos próximos meses.