De acordo com informações do Projeto SIGA-MS, executado pela Aprosoja/MS, até o dia 25 de abril, a colheita de soja para a safra 2024/2025 alcançou 99,7% da área total. A região sul está com a colheita mais avançada, com média de 99,8%, enquanto a região centro está com 99,6% e a norte está com 99,3% de média. A área colhida até o momento, conforme estimativa do Projeto SIGA-MS, é de aproximadamente 4,4 milhões de hectares.
De acordo com o engenheiro agrônomo da Aprosoja/MS, Flavio Faedo Aguena, cerca de 2,3 milhões de hectares plantados com soja foram afetados pelo estresse hídrico, representando 52% da área total. " As lavouras mais atingidas são aquelas implantadas entre setembro e meados de outubro. Entre dezembro e janeiro, houve uma redução drástica nas precipitações, especialmente em janeiro, um mês crucial para a cultura da soja no estado, pois geralmente concentra o período de enchimento de grãos".
Paralelamente à colheita da soja, a Aprosoja/MS acompanha o plantio do milho segunda safra 2024/2025. Até o dia 25 de abril, a semeadura alcançou 100% da área estimada em Mato Grosso do Sul.
"No caso do milho segunda safra 2024/205, a estimativa aponta que a segunda safra será 0,1% superior em comparação ao ciclo anterior (2023/2024), com uma área cultivada de 2,2 milhões de hectares. A produtividade média esperada é de 80,8 sacas por hectare, alinhada ao potencial produtivo observado nas últimas cinco safras do estado. Com base nesses números, a expectativa é de uma produção total de 10,2 milhões de toneladas, o que representa um crescimento significativo de 20,6% em relação ao ciclo anterior".
Ainda de acordo com Flavio, a falta de chuva também prejudicou o plantio do milho, principalmente na região sul e extremo sul do Estado. "Como a cultura do milho demanda bastante água durante praticamente todo seu desenvolvimento, a falta de chuva e altas temperaturas podem acelerar o ciclo da cultura e consequentemente impactar no potencial produtivo. Nas últimas semana tivemos um bom volume de chuvas em praticamente todo o Estado, o que ajudou a recuperar parte do potencial produtivo das lavouras que sofreram com o estresse hídrico. Contudo, para garantir uma boa produtividade é necessário que as chuvas sejam regulares até próximo do final do ciclo da cultura".
Segundo o Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima do Estado do MS, a previsão para o trimestre de abril a junho de 2025 indica que as chuvas devem ser abaixo da média, especialmente nas regiões oeste e sudeste do Estado. Além disso, a expectativa é de temperaturas ainda mais elevadas, o que pode potencializar os efeitos da seca e agravar as condições de estiagem.