Com objetivo de expandir a geração de renda e melhorar a qualidade de vida de pequenos produtores rurais, o projeto Inclusão Produtiva, realizada pela Famasul e a Suzano, já auxiliou 190 pessoas a superar a linha da pobreza. A meta é que 933 pessoas sejam impactadas até 2026, utilizando como referência o critério do Banco Mundial para renda per capita. Atualmente, o projeto se encontra em execução nas cidades de Aquidauana, Campo Grande, Cassilândia, Dois Irmãos do Buriti e Ribas do Rio Pardo e Santa Rita do Pardo.
Inicialmente, o projeto atendia apenas o município Ribas do Rio Pardo, mas se expandiu pela necessidade de alcançar um maior número de produtores em situação de vulnerabilidade socioeconômica. Entre junho e agosto do ano passado, 206 produtores foram cadastrados no projeto. No monitoramento parcial realizado em novembro, verificou-se que 190 participantes já haviam superado a linha da pobreza.
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que adota as linhas de pobreza estabelecidas pelo Banco Mundial, 19,3% da população de Mato Grosso do Sul encontra-se abaixo da linha da pobreza, enquanto a média nacional é de 27,4%. “O projeto Inclusão Produtiva surge justamente para auxiliar na erradicação desses números fornecendo formação profissional e crescimento econômico”, pontua Letícia Teruya, analista do Sistema Famasul.
A metodologia do projeto é a mesma em todos os municípios, com aplicação de questionários socioeconômicos para enquadramento dos participantes. Até fevereiro de 2025, foram realizados mais de 2.200 acompanhamentos produtivos a campo, com levantamento de demandas para alavancar a produção e fortalecer a gestão das propriedades.
Entre as principais ações já executadas, destacam-se a realização de capacitações sobre empreendedorismo rural em Ribas do Rio Pardo; desenvolvimento de competências básicas e intermediárias em leitura, escrita e cálculo, em Cassilândia; gestão do orçamento familiar em Aquidauana e Santa Rita do Pardo. Além disso, foram promovidas ações de comercialização em Ribas do rio Pardo, Campo Grande, Cassilândia e Santa Rita do Pardo, melhorias no acesso a conectividade para produtores rurais em Campo Grande, e o acompanhamento de visitas técnicas de monitoramento da Suzano.
Os impactos já são visíveis. Segundo Letícia Teruya, ajustes simples na organização das propriedades têm gerado melhorias significativas na produção e no aumento da renda dos produtores.
“Embora muitos dos participantes enfrentem desafios financeiros, com alguns em situação de vulnerabilidade social e extrema pobreza, já observamos avanços na produção a partir das recomendações aplicadas, especialmente em gestão e manejo. No entanto, ainda há obstáculos a serem superados, como a necessidade de produção em escala comercial competitiva, regularização dos produtores, logística, escassez de água e controle de pragas e doenças”, destaca.
O projeto está sendo executado pela Famasul, que é responsável pelo monitoramento, avaliação e compartilhamento de dados, e, em contrapartida, a Suzano fornece recursos a fim de comprar os insumos que estão subsidiando a produção.