Assim como ocorreu em outras datas comemorativas ao longo de 2025, o consumidor sul-mato-grossense segue cauteloso e os gastos com presentes no Natal e festas no Ano Novo devem ter queda de 38% em relação a 2024, segundo Pesquisa de Intenção de Consumo realizada Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Fecomércio (IPF-MS) em parceria com o Sebrae.
Apesar da prudência nos gastos domésticos, o levantamento aponta que as festas de final de ano devem movimentar R$ 824 milhões na economia de Mato Grosso do Sul. Deste total previsto, R$ 226 milhões serão destinados à compra de presentes, R$ 243 milhões às comemorações de Natal e R$ 354 milhões aos festejos de Ano Novo.
O estudo aponta que, apesar de um consumidor mais cauteloso, o aumento no número de pessoas que irão presentear deve sustentar o desempenho do comércio e do setor de serviços nesta reta final de 2025.
O montante global representa uma queda de 38% em relação ao ano anterior, reflexo do cenário econômico mais restritivo e de um orçamento familiar mais ajustado, segundo a Fecomércio.
Segundo a pesquisa, 78% dos entrevistados pretendem comemorar o Natal gastando em média R$ 206,35. As celebrações permanecem concentradas na casa de familiares e amigos, com destaque para refeições preparadas no próprio lar.
Quando o assunto é presentear, 69% dos sul-mato-grossenses afirmam que irão às compras, com previsão de gastar, em média, R$ 217,36, abaixo dos anos anteriores. Os itens mais buscados são brinquedos, roupas, eletrônicos e cosméticos.
Nos motivos para não presentear, predominam questões financeiras: falta de dinheiro, insegurança para gastar e incerteza econômica. Entre aqueles que vão às compras, 66% preferem lojas físicas, sobretudo no centro da cidade e nos shoppings.
Para o Ano Novo, a intenção de comemorar chega a 80% dos entrevistados. O gasto médio será de R$ 294,19, principalmente com alimentação e encontros familiares. Viagens serão realizadas por 32% dos respondentes, 20% no Ano Novo, 7% no Natal e 5% em ambas as datas, com 64% permanecendo dentro do Estado.
A pesquisa também perguntou o destino do 13º salário entre os entrevistados e 63% informaram que receberão o benefício. A maior parte planeja usar o dinheiro em poupança, quitação de contas e despesas do início do ano. Apenas 11% pretendem utilizar esse recurso especificamente nas celebrações de fim de ano.
Para a economista do IPF-MS e coordenadora da pesquisa, Regiane Dedé de Oliveira, o resultado mostra um consumidor que reorganiza prioridades, mas ainda mantém o desejo de celebrar.
“Percebemos um consumidor mais prudente, que busca equilibrar o orçamento sem abrir mão das tradições. O aumento do número de pessoas que pretendem presentear indica o sentimento de afeto, mas com escolhas mais calculadas e foco em gastos essenciais. Isso exige que o comércio esteja atento a ofertas competitivas, bom atendimento e experiências de compra que agreguem valor”, afirma.