A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) informou, por nota, que a alta que vem sendo registrada no preço dos ovos no país é uma situação sazonal, “comum ao período pré e durante a quaresma”.
De acordo com a entidade, após longo período com preços em baixa, a comercialização de ovos aqueceu pela demanda natural da época, quando há substituição de consumo de carnes vermelhas por proteínas brancas e ovos.
Na semana passada, o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq-USP) registrou o maior patamar diário para a cotação de ovos de sua série histórica. Desde o início do ano (2 de janeiro) até esta segunda-feira (17), o Cepea aponta que a caixa com 30 dúzias de ovos brancos do tipo extra em Bastos (SP), conhecida como a “Capital do Ovo”, saiu de R$ 138,05 para R$ 208,99, uma variação nominal (sem descontar a inflação no período) de 51,38%.
Já em Santa Maria de Jetibá, importante polo produtor do Espírito Santo, a caixa de 30 dúzias de ovos brancos nesse mesmo período foi de R$ 150,27 para R$ 232,83, variação nominal de quase 55%.
Custo de produção dos ovos
A ABPA chama atenção para a elevação continuada dos custos de produção dos ovos, o que afeta os preços ao consumidor. Segundo o cálculo da entidade, nos últimos oito meses, houve elevação de 30% no preço do milho e de mais de 100% nos custos de insumos de embalagens.
Além disso, a associação ressalta que as temperaturas em níveis históricos têm impactado diretamente a produtividade das aves, com reflexos na oferta de produtos.
Mesmo com estes fatores, os produtores esperam que o mercado deverá se normalizar até o fim do período da quaresma, em meados de abril, com o restabelecimento dos patamares de consumo das diversas proteínas.
“Vale lembrar que embora em alta, as exportações de ovos têm efeito praticamente nulo sobre a oferta interna, já que representam menos de 1% das 59 bilhões de unidades que deverão ser produzidas este ano, o que deve gerar um consumo per capita de 272 unidades anuais – mais de 40 unidades acima da média mundial de consumo”, traz a nota da ABPA.