A morte de um bebê durante o parto motivou denúncia na Polícia Civil de Dourados nesta sexta-feira (14). Em boletim de ocorrência registrado na 1ª Delegacia de Polícia, familiares apontam descaso no atendimento da paciente no HU (Hospital Universitário) e afirmam que a criança morreu por passou da hora de nascer.
Em entrevista ao repórter Osvaldo Duarte, a avó da criança e o pai do bebê cobraram investigação policial para esclarecer o caso. Segundo eles, a mulher de 21 anos de idade começou a sentir dores de manhã e por volta de 11h de ontem foi levada para a UMC (Unidade da Mulher e da Criança) do HU, onde são feitos partos pelo SUS (Sistema Único de Saúde).
Quando chegou na maternidade após o trabalho, por volta de 19h, o pai da criança encontrou a mulher ainda sem ter feito o parto. Segundo a denúncia, a mãe naquele momento não teria mais força para o parto normal.
Só por volta de 23h, ainda segundo a denúncia, os profissionais de saúde decidiram fazer a cesárea. Entretanto, assim que o procedimento foi concluído os médicos constataram que o bebê estava morto.
“É justo uma situação dessa, levar a mulher grávida no hospital sabendo que lá tem médico, tem tudo para a pessoa sair com o filhinho morto no caixão?”, questionou a avó da criança na entrevista.
“Queremos justiça, porque índio é tratado igual cachorro lá”, afirmou a avó. Segundo a mulher, essa é a segunda vez que sua família passa por essa situação. A filha dela também teria perdido o bebê durante o parto na maternidade do HU. Eles moram na Aldeia Jaguapiru, onde o corpo do bebê está sendo velado.
Em nota encaminhada pela assessoria de imprensa, o HU informou que a paciente deu entrada às 11h25. Exames de monitoramento (cardiotocografias e ultrassom com dopler) não indicaram a necessidade de cesárea de urgência.
Por isso, segundo o hospital, a paciente foi monitorada integralmente até o momento do nascimento da criança, “que, infortunadamente, foi a óbito”. O HU informou que ainda não foi notificado a respeito do boletim de ocorrência ou possível abertura de investigação.
Ainda segundo a nota, a maternidade do HU-UFGD é referência para 34 municípios de macrorregião de Dourados e absorve demandas de partos de alto risco e risco habitual, uma vez que não existe outra maternidade pública para esse perfil de paciente.
Crédito: Campo Grande News